Quando assisti a esse filme, em alguma oficina de cinema nos tempos de faculdade, reconheci imediatamente a citação nessa música, cujo clipe, que faz parte do filme, apresento a vocês agora.
O que interessa disso tudo é a música "Origin of Love" da banda de glam rock que Hedwig montou. A letra (cifra aqui) toma emprestado um trecho de o Banquete, de Platão, onde Aristófanes apresenta a Erixímaco sua versão para a origem do amor.
Devido ao vigor desses seres, Zeus ficou medo de que pudessem escalar o céu e acabar com seu reinado. Diante disso, ele pensou na melhor solução, para ele, claro.
“Eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas. Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando.”
E mandou Apolo virar o rosto das criaturas para o lado da mutilação, assim elas sempre veriam a cicatriz e aprenderiam com isso. Apolo moldou as cicatrizes do corte deixando apenas uma abertura, a que chamamos de umbigo.
Após a separação, cada metade vaga eternamente à procura da outra (tipo aquela música do Fábio Jr. Das metades das laranjas). Se ela tinha dois sexos masculinos, vai procurar sua metade masculina; se era do sexo feminino, vai procurar sua metade feminina; agora, se era andrógina, a parte masculina e a feminina devem se encontrar.
Um comentário:
Boléia também é cultura!
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